A convocação para mais uma missão em nome dos deuses deixara Francesca furiosa, pois significava mais perigo, mais sacrifícios e mais incertezas. Além disso, considerava um novo entrave em sua vida pessoal, um momento em que ela deixaria de viver para representar um papel que nunca teve o prazer de vivenciar: o de semideusa. Com gestos decididos, ela preparou sua mochila, com uma de troca de roupa e suprimentos essenciais como comida e água. Trajando uma roupa perfeita para a ocasião e portando suas armas consigo - o pingente em forma de pássaro que se transformava em arco, o anel que se metamorfoseava em chicote e a adaga em sua bainha presa a coxa, Francesca estava pronta para enfrentar o desafio que se avizinhava.

O movimento brusco ao colocar a mochila nas costas não passou despercebido pelos irmãos de chalé, revelando sua frustração latente. Sem olhar para um deles em específico, ela fez uma breve advertência: Hunter é o responsável até que eu volte. - Em seguida, dirigiu-se aos estábulos, onde encontraria Bryan e Carol. A perspectiva de trabalhar ao lado de uma desconhecida não contribuía para melhorar seu humor, mas ela sabia que precisava se concentrar no objetivo da missão.

A sensação de ser manipulada pelos caprichos divinos a deixava ainda mais exasperada, mas ela sabia que não podia ignorar o chamado, especialmente após o pedido que Bryan fizera na reunião. Suas palavras haviam deixado um aperto em seu peito. Era por ele que ela se dispunha a enfrentar mais essa jornada e por mais ninguém.

Ao chegar aos estábulos, Francesca avistou Bryan cuidando de um dos pégasos, sua expressão determinada refletindo o comprometimento com a missão, tipico de um filho de Ares antes da guerra. Ela se aproximou com passos firmes, sua irritação ainda palpável, mas aos poucos procurou relaxar. Não desejava que o semideus a visse nesse estado.

Do outro lado, Carol ajustava as correias de sua própria montaria, sua expressão igualmente séria indicando que compartilhava do desânimo de Francesca. "Que alívio, duas garotas mal-humoradas", pensou Francesca ironicamente.

- Vamos a mais uma missão suicida, meus amados companheiros? - disse Francesca, seu tom carregado de sarcasmo enquanto se aproximava do pégaso preparado por Bryan para ela. Em seguida, dirigiu-se a ele, encontrando seu olhar: Espero que seja a última vez que eu precise fazer isso... por ela. Por eles. - Respirou fundo e o puxou para um beijo rápido, acariciando-lhe a bochecha: Só para dizer que eu te amo. - murmurou, abrindo finalmente um sorriso sincero. Em seguida, voltou sua atenção ao pégaso, acariciando-o para que se familiarizasse com ela.

Com a ajuda de Bryan, Francesca montou, sentindo a tensão da missão iminente pesar em seus ombros. Ela olhou para o céu, arrepiando-se diante da sensação de apreensão misturada com determinação que crescia dentro dela. O caminho rumo ao Monte Etna seria longo, mas ela sabia que não poderia recuar. O destino do acampamento, e talvez até do Olimpo, dependia do sucesso deles naquela jornada.

E assim, sem olhar para trás, eles seguiram em frente, sem muitas palavras, apenas determinados a cumprir o seu dever.

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