Fall Of Olympus
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TRAMA
Quando o universo se formou, não passava de um globo disforme e vazio, não havia a separação entre os quatro elementos, tudo não passava de caos, um extenso poço de vácuo e escuridão. Então, as energias dissipadas pelo cosmo foram se aglomerando até criar uma diferente forma de poder, ainda que de difícil compreensão, chamado de Caos, não apenas verbo ao pé da palavra, mas ainda assim sendo, também um receptáculo de poder ilimitado para fazer e desfazer. Leia mais...
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Augusto Wolsk Schönborn
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Localização :
Acampamento Meio-Sangue
Dom Dez 24 2023, 01:04
Augusto Wolsk Schönborn
Instrutor de Combate
Augusto Wolsk Schönborn
Idade :
20
Localização :
Acampamento Meio-Sangue
Dom Dez 24 2023, 01:15

a centelha


O cheiro de fumaça impregnava o ambiente, deixando o ar pesado, porém aquele não era o cheiro comum produzido pela combustão, mas sim o de algo misturado com enxofre. O peso no peito de Augusto era esmagador, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer, a sensação era de medo profundo, do tipo que causa arrepios na espinha. Ele estava parado na encosta de uma montanha, podia ver o topo envolto em nuvens escuras enquanto o solo tremia a cada nova explosão. Tinha a vaga impressão de que já conhecia aquele lugar, mas não conseguia acessar essa memória. Sabia que devia correr, se proteger, mas os movimentos estavam em câmera lenta e parecia que seu corpo tinha virado chumbo. Lá, no fundo, compreendia que aquele era mais um dos sonhos intensos e perturbadores que semideuses tinham, mas isso não diminuía o desespero e muito menos a sensação de que algo estava errado.

Augusto piscou e de repente estava no cume da montanha, encarando a borda do vulcão. O calor que subia dali era intenso, assim como a sensação de estar sufocando. Buscava desesperadamente por ar, mas a fumava espessa o envolvia de tal forma que parecia puxá-lo cada vez mais para perto da borda. Seus joelhos cederam e ele caiu, tentando a todo custo agarrar-se a algo, mas seu corpo estava pesado demais. O desespero tomava conta do corpo do semideus agora, precisava acordar imediatamente.

Algo tremeluziu na outra ponta da borda, uma forma familiar, mas conhecida apenas de outros sonhos. Hermes vestia uma armadura completa de batalha que reluzia tanto que talvez deixasse Gus cego se não estivesse sonhando. O olhar era sério, deixando de lado a expressão travessa que seu filho tinha herdado. Seus lábios não se moveram em momento algum, mas Augusto pôde ouvir claramente a voz projetada em sua cabeça.

— A centelha será a ruína. — A fala proferida causou uma nova série de arrepios ao mesmo passo em que a figura do deus desaparecia da mesma forma que surgiu. Em questão de segundos todo o ar foi sugado dos pulmões de Gus, fazendo o semideus de debater em agonia enquanto o mesmo era arrastado cada vez mais para perto do abismo.

O filho de Hermes acordou com um sobressalto, a respiração entrecortada enquanto puxava o ar com força para os pulmões. Ainda podia sentir o calor no corpo, como se de fato estivesse na beira do vulcão. Agora se lembrava exatamente de que lugar era aquele, o Monte Etna que estava constantemente aparecendo nos noticiários nos últimos meses. Aquilo só podia significar problema.

Gus cumpriu todas as suas obrigações matinais em marcha lenta, não conseguia parar de pensar no sonho e nem evitar que os sentimentos ficassem confusos devido a ele. Em parte, sabia que aquilo significava algo muito sério e que se Hermes tinha se dado ao trabalho de aparecer e falar alguma coisa em anos era porque a coisa estava feia. Porém, por outro lado, não conseguia parar de pensar no quanto aquilo soava ridículo. Foram anos esperando por um contato que não veio nem depois da morte da mãe e agora ele simplesmente aparecia despejando informações desconexas e colocando aquela responsabilidade nos ombros de Augusto.

Sentia que precisava fazer algo a respeito, mas o orgulho gritava. Queria deixá-lo na mão, essa era a verdade, era o que ele merecia. Entretanto, aquilo podia implicar sobre todos os outros semideuses também. Precisava falar sobre aquilo com alguém e só havia uma pessoa com quem queria desabafar.

Já era fim de tarde quando Gus avistou Terrence entre os campos de morango, colhendo as frutas sozinho enquanto cantarolava. A visão dele totalmente à vontade e distraído sobre a luz do sol se ponto era de fato capaz de espantar qualquer sentimento ruim, como um ponto de luz e paz. Não conseguiu deixar de sorrir, era sempre assim quando estavam juntos, um turbilhão de coisas boas. Se aproximou sorrateiramente do rapaz — Então quer dizer que você anda me privando dos seus shows particulares? — comentou, sabendo que ia deixá-lo sem graça de ser pego cantando. Eles estavam naquela fase em que as coisas fluíam para algo mais sério e começando a conhecer bem demais um ao outro. Era assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. Encarou as íris amendoadas enquanto soltava o ar, como se pudesse respirar pela primeira vez em horas. Não falou nada a princípio, apenas puxou o garoto para um abraço, sentindo parte daquele peso sair dos ombros.

Terry estranhou de cara, não era comum para ele ver o lado de Gus que se mostrava afetado — Tem alguma coisa acontecendo — comentou antes de lhe contar o sonho todo. Ficaram cerca de duas horas conversando, perdidos entre falar sobre os significados daquilo e entre Terry tentando convencer Augusto de fazer algo a respeito, até que ele finalmente conseguiu.

Se despediram brevemente e logo o filho de Hermes contatou cada um dos líderes de chalé e de grupos no acampamento, iria falar com cada um deles antes de levar a informação para Quíron ou o próprio Sr. D. Pediu para Lance ceder o chalé de Hades para a reunião, já que era sempre o mais vazio e em pouco tempo todos os líderes estavam ali. A tensão pairava no ar, como se pressentissem que algo ruim estava por vir e de fato estava.

— Bom pessoal, eu vou direto ao assunto. — Estava com os braços cruzados e a postura rija, sentia-se tenso de ser o portador das más notícias, mas não tinha mais como voltar atrás. Então contou o sonho para eles em detalhes. Cada um ouviu atentamente e assistiu um Gus nervoso andar de um lado para o outro, mais agitado que o comum. — Eu acho que todo mundo aqui viu as notícias, primeiro São Francisco e agora o Monte Etna, não pode ser coincidência. Ele foi muito claro “a centelha será a ruína”, mas eu não sei que merda isso significa.

Buscou os olhos de Terrence em meio aos outros líderes, a procura de algum conforto, como esperado, ele já o encarava. — Acho que não era para sabermos disso, já que nem o Quíron ou o próprio Dionísio abriram o bico. — Complementou enquanto aguardava os outros se pronunciarem.

importante:
Yuliya Martin
MENTALISTAS DE PSIQUÊ
Yuliya Martin
Idade :
20
Localização :
Acampamento Meio Sangue
Dom Dez 24 2023, 16:13


EuConselheiros



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Chalé de Hades


A Centelha


A Reunião de Conselheiros


Sentir coisas sempre foi algo natural para mim, pois como filha de Hécate, sempre percebi a magia mesmo a longas distâncias, auras de pessoas, maldições que foram lançadas, se alguém se sente perdido, o melhor caminho, etc. Tudo só foi potencializado após me tornar uma mentalista devota a Psiquê. Agora percebo mentes conturbadas, confusas, decididas, até mesmo vazias - elas tem um som engraçado.

Mas ao mesmo tempo que precisei lidar com este aumento de tantos estímulos externos, Psiquê me abençoou com uma capacidade um tanto anormal de poder organizar tudo e sem explodir meus miolos. Eu me sinto até um certo amadurecimento, mesmo estando ainda com meus poucos 19 anos. Pelo mesmo motivo, venho conseguindo conciliar a liderança do chalé de Hécate e a liderança dos mentalistas. Ter três personalidades e a benção da Alma parece ser algo de bastante valor nessas horas.

Repentinamente, Augusto entra em contato comigo, ele quer se reunir com todos os líderes de chalé do Acampamento. Ele está preocupado com algo, na verdade, todos estão após o ocorrido em São Francisco. O Local da reunião é no Chalé de Hades, que tem um dos climas mais agradáveis para mim, depois do meu. Com o uso de portais, rapidamente chego até a entrada e bato na porta para entrar.

A porta se abre e eu me direciono a um dos assentos reservados que completam um círculo. Ignoro os olhares, pois já estou acostumada, e os motivos são variados. Alguns acham que sou só uma bruxa maluca prestes a amaldiçoar qualquer um por qualquer motivo. Outros são tarados, pois ao me tornar mentalista houveram algumas modificações físicas, alinhando alguns traços e modelando meu corpo e rosto. Outras têm inveja e raiva pelo mesmo motivo. Alguns querem dicas, pois realmente me consideram alguém que merece o posto que tem. Alguns tem medo que eu possa ler alguma coisa vergonhosa em sua mente. Enfim, mais um dia normal para mim.

Minhas vestes, como de costume, é uma camisa preta de banda bastante longa, como uma camisola. A calça jeans com alguns rasgos e um all-star roxo nos pés. Sento-me e cruzo as pernas aguardando quem faltava chegar. Após todos chegarem, Augusto, o conselheiro do Chalé de Hermes, inicia sua fala dizendo o que o afligia; eu via claramente sua mente produzindo cada vez mais perguntas, mas sem poder fornecer sequer uma resposta. Acho que já entendo o sentido desta reunião. Eu levanto a mão.

– São dois acontecimentos bastante impactantes. Sabendo como a Névoa trabalha, o que vimos em notícias e televisores mortais, pode ser algo bastante antigo despertando – digo.

Penso, agora, um pouco mais a fundo a respeito da frase específica que Hermes deu a Augusto: Centelha. O Monte Etna é um dos vulcões mais altos do mundo e fica na Europa; se fosse uma erupção comum, não teríamos perigo, mas como comentei já, eu acredito que seja algum ser bastante poderoso e ancestral se levantando. Já li sobre os acontecimentos sobre o despertar de Gaia e seus Gigantes; é o que isso está me lembrando. Mas a centelha… se Hermes está falando do vulcão, não é um pouco tarde demais? Ou ele realmente quer nos dizer que não é de fato um acontecimento natural?

– Talvez a mensagem seja justamente essa, Gus. A centelha, o vulcão entrando em erupção não é um evento natural. Deve ser um inimigo dos deuses, mais alguma entidade dessas que quer destruir tudo outra vez.


code by emme
Joe McDean
CURANDEIROS DE ASCLÉPIO
Joe McDean
Localização :
Acampamento Meio Sangue
Seg Dez 25 2023, 19:46

A Centelha
Leadership and learning are indispensable to each other.

Enquanto os raios de sol foram sumindo através das tendas das enfermarias dos curandeiros de Asclépio, eu, o dedicado e consideravelmente o mais belo dos filhos de Afrodite e líder dos médicos do acampamento estava profundamente imerso em minhas tarefas diárias de cuidar dos feridos e enfermos. O aroma reconfortante de ervas medicinais pairava no ar enquanto eu administrava poções e aplicava bandagens e suturas com habilidade adquirida através da prática.

Em uma paleta de branco imaculado, me movia com graciosidade entre as camas dos pacientes, demonstrando certa compaixão. Meus olhos esverdeados refletiam determinação e gentileza emanadas de minha essência divina, varrendo a enfermaria em busca da próxima necessidade a ser atendida. Minha tenda, normalmente um refúgio de cura e tranquilidade, estava impregnada com minha energia focada em aliviar dores e aflições dos meio-sangues.

Nesse mesmo cenário de cuidado compassivo que uma mensagem me interrompeu com curiosidade, atrapalhando minha rotina que mesmo com muita tensão, eu considerava tranquila. Uma coruja mensageira, símbolo inconfundível da comunicação divina pousou, trazendo consigo a notícia da convocação para uma reunião entre os líderes. Com urgência e de forma obrigatória, o chefe dos médicos do Acampamento deveria estar presente. Na mensagem dizia que Augusto, filho de Hermes provavelmente ardiloso, havia tomado a iniciativa de me convocar, reconhecendo a importância da minha presença na discussão iminente.

Com certa relutância, momentaneamente deixei a enfermaria, confiando nos enfermeiros e colegas curandeiros para manter o fluxo de cuidados. Claro que meu coração altruísta hesitou ao abandonar os pacientes, mas pude sentir de imediato a urgência que pesava sobre essa reunião. Parti em direção ao encontro, sabendo que com todos os acontecimentos, algo mudaria o destino dos semideuses e desafiaria nossas devoções.

A reunião iria acontecer no Chalé de Hades, e sem demora eu já estava frente as portas observando outros líderes entrarem. Bufei enquanto sentia o cheiro da morte misturada com aquela energia fúnebre. Como devoto da vida e do amor, não me sentia muito confortável no presente ambiente.

Eu pude sentir de imediato a tensão vinda da prole do deus mensageiro. Augusto andava de um lado para outro, contando toda a história e sonho que tinha em detalhes. Escutei tudo com atenção, sabendo que as coisas estavam muito estranhas. Algo provavelmente ruim estava para acontecer e os semideuses fariam parte disso. Os ocorridos em São Francisco e no Monte Etna não eram mera coincidência.

Escutei as palavras da mentalista de Psiquê, que apresentavam coerência. — A centelha será a ruína… — Comentei baixo, levantando da cadeira e ajeitando o jaleco branco que eu vestia e estava um pouco sujo. Assoprei uma mecha loira que caía sobre meu rosto. — Isso significa que nós estamos fudidos! — Comentei. — E concordando com o que a bruxa de Hécate está dizendo, os deuses provavelmente também estão! — Falei, fazendo um coque em meus cabelos perfeitos.

Meus pensamentos viraram para os pacientes feridos que estavam na enfermaria. Alguns precisavam de cuidados especiais pois estavam seriamente machucados. Apenas respirei fundo confiando que os outros curandeiros dariam conta. — Acredito que precisamos investigar com mais clareza… — Disse, mordendo meus lábios adocicados e encarando Augusto. — Se decidirem sair do acampamento, me ofereço para ir como suporte médico de vocês. — Eu sentia que as coisas poderiam ficar bem sérias. — Alguém mais tem alguma ideia? — Perguntei, jogando meu charme natural herdado por Afrodite.
Terrence McKinney
DEVOTOS DE HERA
Terrence McKinney
Qui Dez 28 2023, 14:47


crisis
Crescer no distrito rural de Dallas, cidade do Texas, filho de um pai ausente que nunca foi capaz de superar o abandono da mulher pela qual teria se apaixonado, exigiu de Terrence um amadurecimento rápido demais quando comparado a outros rapazes de sua idade. Ainda muito jovem, viu-se obrigado a assumir as responsabilidades da casa como forma de impedir que o seio familiar ruísse, visando, a muito custo, o ambiente saudável que tanto idealizava.

Tamanho comprometimento acabou atraindo a atenção da rainha do Olimpo, regente de todas as relações afetivas e laços familiares. Admirada com os esforços de McKinney, que sacrificou a maior parte da infância para cuidar do pai enfermo - acometido por uma terrível depressão, outrora - a deusa o tomou entre seus fiéis mais bem quistos, confiando a Terrence a liderança do séquito.

Campista de longa data, alimentando o notável respeito pelas alianças e compromissos, e quem enxergava todos do Acampamento Meio-Sangue como parte de sua própria família, não só aceitou a posição de bom grado como utilizou da influência para promover serviços devocionais em honra à sua matrona celestial, ciente dos traumas e problemas que muitas das crianças e adolescentes que residiam no camping possuíam.

Assim, Terrence foi o primeiro a abrir as portas do chalé de Hera, tornando-o um templo público onde passou a acolher todos os que necessitassem de orientação, curando e nutrindo relacionamentos sob a égide da deusa, mantendo, assim, a paz e a união entre os residentes. O temperamento gentil, a personalidade calma e a espontaneidade não só faziam dele um bom ouvinte, como também um excelente conselheiro – e sabiam do quanto necessitavam de um terapeuta.

Naquele dia, ao entardecer, após encontrar com Augusto durante as atividades agrícolas nos campos de morango, foi convidado a comparecer a uma reunião que ocorreria no casebre de Hades, e onde seriam discutidos agravantes do mundo divino, já à par da situação. Com Gus intermediando o conselho, relatando sobre os pormenores do sonho profético que o teria abatido na noite anterior, o ouviu explicar detalhadamente as preocupações a respeito dos agouros que a ocorrência implicava, tendo vista que, entre semideuses, um sonho nunca era apenas um sonho.

“Nois num pode acreditar que são casos isolados. O fluxo da névoa é bastante forte em São Francisco, digo, era...” fez-se ouvir, recitando o pensamento em voz alta no forte sotaque caipira. “Não consigo relacionar um propósito ao Monte Etna, no entanto, além de que as atividades vulcânicas ali são fortes, mas devemo ficar em alerta”

Voltou-se para Augusto, sondando-o com um olhar sereno, buscando tranquilizá-lo quando na verdade temia pela segurança de outrem.  Mesmo sendo experiente, muito o fugia à mente a quesito do misticismo; mensagens oníricas, visões, e entre outros âmbitos inexplorados da vida de um meio-sangue. Terrence acreditava – pressentia - que pudesse existir um motivo para que seu amado houvesse sido o escolhido.

“Talvez seja hora de 'ocê consultar o oráculo” sugeriu, de tom baixo, como se a ideia por si só não o agradasse. A previsibilidade do destino o assustava. O futuro tecido pelas Moiras, imutável e inevitável. “Nois tem que saber melhor a respeito desse seu sonho, assim como podemo contatar os que vive fora do acampamento para nos informar sobre o que anda acontecendo por aquelas bandas” ele mesmo faria bom uso das coligações com os companheiros de seita, os devotos de Hera, que residiam por todos os cantos do globo, em busca de qualquer notícia que os auxiliassem.

“E vamo ter que elaborar um plano de contingência, também” suspira, contendo o arrepio rente a pele que o fez estremecer. “O que quer que ameace a estabilidade dos deuses, é um perigo a todos nois. Mesmo que exista uma baixa possibilidade, é meior que saibamo como reagir frente a um ataque, nér?” e assim, Terrence mirou os conselheiros de Ares e Atena, respectivamente, cujas habilidades táticas sobressaiam-se.

Francesca Montecchio
PRINCESA E MONTADORA DE DRAGÕES
Francesca Montecchio
Sex Dez 29 2023, 04:00
-
I'll give
your war



Não importava o ângulo, nem mesmo a roupa, como uma boa filha de Afrodite, Francesca sempre estava à frente das demais. A loira havia passado a tarde toda em um estúdio fotografando para a coleção de uma boutique local, as demais modelos ali presentes perdiam o brilho quando a semideusa sorria, ao mesmo tempo que invejavam, também a admiravam. Como ela amava aquela vida. Nada e nem ninguém poderia convencê-la do contrário.

Os sentimentos de Francesca eram sempre divididos, ela nunca era completa em nenhuma vida. Antes amava por completo a sua vida mortal, afinal, era a única. Viveu cerca de luxos, grandes eventos, holofotes, sempre na mídia, seja por uma fotografia ou uma nota em alguma revista. Desde muito nova sonhou em seguir os passos do pai, grande ator e empresário, estrela de grandes filmes e galã de uma geração inteira. Afrodite não o havia escolhido à toa.

Hoje precisava dividir esse sonho, encurtar talvez, se contentar apenas em ser a capa de alguns catálogos, por vezes, quase nunca, desfilar para alguma marca mediana, jamais as grandes. Não poderia chamar atenção, era um imã de problemas, monstros destruiriam sua carreira antes mesmo de chegar a ascensão. Se não fosse por Bryan, nem mesmo saberia empunhar uma espada ou manusear o seu chicote, um acordo entre eles, uma profissão mortal, em troca de aprender a se defender, não com o mínimo, mas sempre como a melhor.

- Conversem com meu pai para a próxima coleção, será um prazer fazer parte… e por sinal, posso levar comigo? - A filha de Afrodite questionava a dona da loja ao encerrar o trabalho, usando de seu charme e olhar inocente para fazer com que a mesma concordasse em lhe dar a roupa que vestia, sabia que o seu semideus adoraria vê-la assim.

Ao cruzar a porta de saída do estúdio avistou o semideus logo ao lado, sentado em sua moto, contornando os detalhes da mesma numa expressão entediada: Eu demorei, mas vai valer a pena… - havia malícia no sorriso que a filha de Afrodite abria, seus dedos percorreram todo o vestido curto de couro, tão justo em seu corpo que cada curva dele era desenhada. Bryan ergueu a cabeça e assim que encarou a semideusa ela conseguiu ver a camisa laranja que o rapaz usava embaixo da jaqueta de couro: Aah não, hoje não… - disse manhosa.

- Augusto pediu, a reunião será com todos os líderes e você está responsável pelo chalé de sua mãe… vamos, eles precisam de nós. - Se Bryan havia gostado ou não da roupa, já não importava, a única coisa que a loira conseguia pensar era como mais uma vez abdicou de sua vida para ter que lidar com os problemas infantis que os deuses iriam arrumar ou já tinha arrumado, seja lá o que fosse: Só coloque isso antes, ok?- O filho de Ares disse, entregando a jaqueta que a pouco usava.

-

O caminho até o acampamento foi longo e silencioso, apesar de todos os esforços de Bryan para animar a semideusa, nada havia funcionado, nem mesmo seus beijos amolecem o seu coração. Francesca apenas seguia em silêncio de mãos dadas com ele para o chalé de Hades conforme o semideus havia sido orientado, em passos tortos e desengonçados pelo tamanho e finura do salto em suas botas.

Ao entrarem no espaço a loira logo tomou o seu lugar, não seria surpresa a ninguém o seu mau humor e talvez até a sua infantilidade, para ela nada daquilo era justo. Bendita hora em que Joe havia se tornado curandeiro, se não fosse por isso, apenas ele precisaria estar ali e não ela.

Ouviu com atenção a todos e se deu conta de que estava falhando com aquela família, a família que a acolheu quando as coisas se tornaram difíceis, estava falhando com aqueles que prometeu amar e proteger, havia ficado tão focada em sua vida particular que ignorou completamente qualquer tipo de comentário ou notícia referente aos acidentes citados, era uma página em branco, sem anotação nenhuma. Se lembrou de sentir os tremores e dos murmúrios em casa, mas preferiu focar em si mesma, como uma boa filha de Afrodite. Em seus defeitos e qualidades.

Encarou Bryan em busca de respostas e percebeu a sua seriedade, sentiu no fundo de seu peito uma pontada, um medo, por ele, ela abriu a boca e soltou uma ideia de merda: Bryan e eu podemos ir até o Monte Etna. Entender o que houve sem ir direto a fonte é meio inútil. - em seguida encarou Terry, assentindo para ele: E concordo sobre falar com o oráculo como Terry disse, ao menos até onde eu sei, é o primeiro passo.

Hades's Cabin Conselheiros
i
bettyleg


Eliot Amery Martinez
PROLES DE POSEIDON
Eliot Amery Martinez
Idade :
22
Localização :
Casa do caralho
Sex Dez 29 2023, 19:22

As melhores coisas da vida, em minha humilde e irrelevante opinião, são comer e cagar. Por isso acredito que toda criatura viva deva ter o mínimo de paz enquanto realiza essas duas tarefas sagradas, mas aparentemente o destino estava contra meu favor, pois naquele lindo final de tarde, enquanto me preparava para mastigar mais um pedaço da deliciosa panqueca (nota: caso extremamente raro) que resolveram servir no acampamento, Charlie fez questão de me meter um pescotapa. Pedaços de massa e xarope de bordo voaram para todos os lados, acertando inclusive umas queridas filhas de Ares, que se não estavam de TPM, tinham constantemente uma aura de ódio pairando sobre suas cabeças. Ah, não. Esquece.  

— Eu espero, sinceramente, que você tenha um excelente motivo para ter feito isso. — Limpei a baba que escorria da boca, girando lentamente o corpo para trás, a fim de encarar a pentelha que eu tão carinhosamente chamo de irmã. Embora eu adorasse falar com todas as letras que ela era adotada, que nossa mãe a tinha encontrado em um balde de lixo numa esquina qualquer do Queens, e que provavelmente ela era filha da Sally maluca, a andarilha que usava um penico na cabeça, eu sabia, no fundo do meu peito, que Charlie era sangue do meu sangue.

A resposta foi tão desagradável quanto a forma de chamar a atenção.                                                                                                     Aparentemente, como eu não tinha sido encontrado em lugar nenhum (simplesmente esqueceram de procurar no refeitório), foi pedido gentilmente à Maxine, a encantadora líder do chalé 12, que me repassasse o recado. Mas como claramente ela ainda não havia superado o pé na bunda (isso é história pra outro momento), teve o bom senso de pedir para que Charlie me procurasse para avisar. Em suma, Gus, o líder do chalé de Hermes, estava convocando uma reunião com todos os representantes para tratar sobre algo sério, provavelmente ligado às notícias recentes de São Francisco e do Etna.

Suspirei, triste pela comida desperdiçada e pela impossibilidade de comer o guizado de cordeiro que prometeram ser servido mais tarde. Zeus bem sabia como essas coisas poderiam demorar, mas infelizmente o chalé de Poseidon era tão vazio que até o zumbido dos pernilongos parecia ser uma orquestra sinfônica tocando lá dentro, e isso implicava na minha participação.

[...]

Empurrei a porta do chalé de Hades com o pé, apenas para ver uma grande quantidade de campistas reunidos ali, esperando para dar início a conversa. Uma rápida esquadrinhada no espaço com os olhos deu o alívio de que a ruiva ainda não se encontrava presente, e consegui relaxar rapidamente os ombros enquanto caminhava para tomar um lugar.

Não demorou muito para que todos se encontrassem presentes e as coisas parecessem piores do que já estavam.

— Existe algum cenário em que a gente não tome tanto no cu? — Deixei um assobio longo escapar ao fim das palavras de Gus, olhando ao redor para buscar conforto em algum dos rostos. Necas. Tudo bem, eu já sabia que ser um semi-deus era difícil e seriam muitos os desafios, mas porra? Será que a gente não pode ter um momento feliz? Um dia pra fingir que nada acontece e que a vida é apenas comer morangos e ficar na beira do lago pegando um bronze?

— O oráculo é o primeiro passo, concordo com o Terry e com a Fran. Mas isso implica em informar o Quíron e o Sr. D primeiro, e não sei como a coca-cola zero tem influenciado na mente do velhote.
Connor Marshall
PROLES DE APOLO
Connor Marshall
Sáb Dez 30 2023, 14:52



We are young

Já era tempo sobre as coisas que haviam acontecido no acampamento e o mais estranho é que eu havia sido designado ou mais fácil escolhido por senhor D. e Quiron para me tornar o novo oráculo do acampamento, porém, ninguém  sabia dessa informação ainda já que era algo bem recente e sendo assim eu tentei permanecer quieto até que eu fosse permitido a falar. Depois de algumas horas dentro de meu chalé os outros conselheiros haviam marcado uma reunião e meu querido Lance haviam cedido o chalé de Hades, talvez ele fosse o único que desconfiasse que eu era o novo oráculo e mesmo assim eu tinha de esconder até de meu amado a pedidos de Quiron.

— Meu irmão está pronto? — Dizia um de meus meio irmão enquanto balançava a cabeça, porém, logo pedia que o mesmo cuidasse do chalé enquanto estivesse fora mesmo sendo de certa maneira perto eu esperava que o chalé de Apolo continuasse arrumado, eu tinha muito mais responsabilidade do que só apenas ser o líder de chalé de Apolo e desta vez eu também era o oráculo do acampamento uma responsabilidade mais do que qualquer outra coisa.

Caminhava por alguns minutos enquanto percebia que a reunião já havia começado e eu estava mais atarefado devido ao meu novo cargo no acampamento ou neste caso tentando me ajeitar como o oráculo, adentrei o local silenciosamente enquanto prestava atenção em todos ali reunidos sem dizer uma só palavra já que eu tinha chegado naquele momento onde falavam exatamente do oráculo.

— Pessoal antes de tudo eu quero pedir desculpas pelo atraso estava resolvendo algumas coisas. — Falei de forma séria enquanto bufava sabendo que não poderia ficar calado sobre o que estava prestes a falar, Quiron havia me dito que eu só poderia dizer sobre eu ser o oráculo em um momento crítico e aquele era o momento. — Bem eu não podia falar sobre isso, mas como o momento é crítico eu vou dizer, o oráculo está bem aqui. — Falei apontando para mim mesmo enquanto observava a todos.

— Eu sei que escondi isso de vocês e até do Lance, mas Quiron me fez prometer que eu não comentasse isso a ninguém, agora o porque ainda não faço ideia, mas é isso eu ainda estou me ajeitando e por isso talvez eu demore mais tempo para ser um oráculo bom. — Falei sabendo que eles queriam usar meus poderes para descobrir alguma coisa.




Gregorius vön Wasser
PROLES DE ÉREBOS
Gregorius vön Wasser
Sáb Dez 30 2023, 15:57
Son of the Nothing
Escuridão.

Gregorius estava fora do Acampamento já havia alguns meses. Em missão, seus olhos só viam o breu há alguns dias, desde que havia sido feito prisioneiro - e não estava dentro do plano ser capturado. Embora pudesse enxergar no escuro como se de dia fosse, ainda assim tudo o que via era o nada. Numa caverna provavelmente há vários metros no subsolo, seus captores o deixaram sozinho.

Não temiam, afinal, uma fuga: agrilhoado com algemas mágicas, os poderes de Gregorius foram reduzidos a um fragmento do que eram. Ele não poderia ser morto, afinal, era um amaldiçoado, mas poderia ser torturado e dilarecado sempre que os monstros quisessem se divertir. Felizmente, esses inimigos em especial não sabiam disso.

Monstros... Talvez não fosse a palavra certa. Afinal, não eram simples monstros: eram semideuses, aparentemente criados como aberrações da natureza. Não conversavam. Agiam como bestas, como se de fato fossem criaturas do Tártaro.

Gregorius estava enxarcado de sangue. Sua armadura, outrora negra e intrincada com desenhos belos de suas batalhas de outras épocas, agora estava reduzida a fragmentos. Pedaços cobriam seu corpo, mas ameaçavam cair de seu peito, que começava a desnudar.

Um barulho foi ouvido ao longe, mostrando que alguém estava indo até o cativo. Gregorius permitiu seu corpo relaxar. Estava algemado em X, com seus braços presos por correntes até o teto da caverna e seus pés no solo. A aura do filho de Érebo quase não podia ser sentida, tão fraco estava. Mesmo para semideuses, não ser alimentado por semanas era a porta para Thanatos.

O som de algo se arrastando foi ouvido, e o filho da Escuridão pôde ver sua própria lâmina sendo arrastada pelo chão, com o fio de ferro estígio cortando superficialmente o solo rochoso da caverna, claramente perdendo a eficiência. Na outra mão, o inimigo segurava a bainha com o fio secreto exposto. Um sentimento de exasperação tomou conta do corpo de Gregorius, quando viu a cena, mas foi bem ocultado, voltando seus olhos para o chão diante de si.

Gregorius, filho do velho Érebo. Por que não aceita nossa oferta? — Ele perguntou. — Tenho certeza que seria mais prudente do que passar seus últimos momentos aqui, perto do nada. — O semideus, aparentemente o único com capacidade de falar, deixou a lâmina repousar no chão junto da bainha, enquanto ficava diante dos olhos de Wasser, tão próximo que sentiam a respiração um do outro. — Você recebeu uma mensagem de Íris, mas as serviçais da deusa não puderam te trazer a mensagem, barradas pelas nossas proteções. Talvez algo tenha acontecido ao seu doce acampamento?

Você é um tolo se acredita que estou aberto a negociações. — Gregorius respondeu, terminando o assunto. — Uma mensagem de Íris, para mim? Isso é uma novidade. Por que iriam me querer no Acampamento?

Não sei e também não me importo.  — O rosto do inimigo se afastou e, ficando de costas, ele gesticulou abrindo os braços. — Mas de qualquer forma, agora nossa localização está comprometida. E você se tornou um problema. — Ele se agachou, voltando a ficar de frente para Gregorius, tomou a Sanctorum de volta em suas mãos e a enfiou profundamente em seu abdômen, fazendo a lâmina trespassar seu corpo, fincando na parede.

Imediatamente a vista do Filho do Vazio ficou turva, e a verdadeira escuridão o tomou.

Hypnos surgiu em sua mente, pelo que pareceram alguns éons após ser morto. Borbulhando em ódio, o deus tão logo surgiu fez-se desaparecer, e Gregorius respirou profundamente, voltando forçamente à consciência. A dor era insuportável. Seus músculos haviam se desativado em razão de sua morte, e agora eram forçados a voltar a reagir. Percebeu estar ajoelhado no chão, não mais preso. As algemas, que deveriam impedir a reconstituição do semideus, estava vaporizada - em razão de sua maldição. Gregorius não era bem vindo no mundo da inconsciência.

Removeu cuidadosamente a espada de seu peito, e a embainhou novamente à sua sinistra. Assim que o sentimento de fraqueza amenizou, graças ao anel de Asclépio, Gregorius se teleportou direto para o Acampamento.

Aparecendo de súbito no Chalé de Hades, diante de seus pares semideuses, tombou imediatamente de joelhos no chão, enquanto sangue jorrava de seu ferimento aberto.

Desculpem o atraso. O que eu perdi? — Perguntou.
Gregorius vön Wasser
Lance Stone
PROLES DE HADES
Lance Stone
Idade :
25
Sáb Dez 30 2023, 17:35

spark
Lance Stone - Long Island - Nova Iorque
Os céus negros e o cheiro de enxofre deixavam Lance desorientado enquanto seguia pelo irregular terreno. A cada passo que dava, os gritos de ódio e remorso invadiam seus ouvidos tentando enlouquecer, tirar o semideus do caminho. Sempre que se sentia perdido, seu sol apontava o caminho correto, seu amor estava sempre ali, em seu coração, iluminando sua rota. Mas ali, algo estava diferente, não conseguia sentir Connor, só sentia a solidão.

O chão começou a tremer e as vozes aumentaram, rachaduras correram pelos chãos, aumentando conforme se aproximava do filho de Hades e uma voz, mais alta que a dos condenados, ganhou a disputa de quem queria ser ouvido.

– A morte chega para todos - as palavras ecoaram pelo vazio.

Algo familiar vinha daquela voz. Lance sempre foi cercado pela morte, por seu pai, pelo próprio submundo, mas não era seu progenitor que proferiu tais palavras, então o semideus se lembrou de outro ser que também estava sobre a morte.

– Thanatos? - as palavras saíram de sua boca quase sem perceber.

Uma figura encapuzada começou a sair das rachaduras próxima a Lance, se aproximando lentamente, flutuando a poucos centímetros do chão em direção ao semideus. Correntes se prendiam em grilhões em seus punhos conforme avançava. Estendeu suas mãos, que nada mais eram que ossos embaixo da pele sem carne, sendo possível ver todas as juntas dos dedos. Enrolado no punho, um colar com cordão preto e uma pedra vermelha com a forma de uma garra, e a voz reverberou novamente, dessa vez emitida pelos lábios secos do encapuzado, que agora de tão perto, era possível ver seu rosto, ou a falta dele.

– NÃO - e ele sorriu, com os dentes amarelos à mostra, e os olhos vazios, se não fosse por um brilho que emitia onde deveria estar os globos oculares, uma pequena chama em uma única cavidade. Um pequeno sol, assim como o que iluminava a vida de Lance. O mesmo sol que sentia quando pensava em Connor.

Lance acordou em seu quarto respirando pesadamente, encharcado de suor, com uma leve dor de cabeça. Se levantou, procurando na cama por Connor, e encontrou seu amor ao seu lado, e ficou aliviado, pois foi só um pesadelo. O problema, é que normalmente os sonhos dos semideuses trazem presságios.

Olhou para o relógio de mesa que tinha na mesinha de cabeceira, ainda eram 05h a.m, mas não conseguia dormir de novo, então se levantou e foi para a cozinha. Pegou um café importado do Brasil e colocou na cafeteira, enquanto pegava os ingredientes para fazer panquecas.

O cheiro das panquecas e do café já se espalhava pelo apartamento quando algo aconteceu. Uma batida forte na janela, assustando Lance, e quando ele olhou, havia uma coruja com um pequeno rolo de papel na pata. O semideus abriu a janela e a ave estendeu a pata para que Lance pegasse o papel. Uma carta do acampamento solicitando uma reunião dos líderes dos chalés do acampamento meio-sangue. A parte engraçada era que queria fazer a reunião no chalé de Hades… Mas como era um pedido de seu amigo, Augusto, aceitou ceder o chalé.

Colocou as panquecas em um prato e levou para o quarto, junto de uma xícara de café. Apoiou o prato e a xícara na mesa de cabeceira e se sentou na cama, acordando carinhosamente Connor com um afago nos cabelos. Precisava contar para o filho de Apolo sobre a reunião, visto que ele também era um dos líderes do chalé. Conversavam enquanto Connor comia, e depois, Lance foi se arrumar para ir até o acampamento. Tinha que deixar o chalé de Hades minimamente apresentável, apesar da atmosfera sombria do local. Como já era de costume, as sombras cobriram Lance depois de se arrumar, e o semideus já estava no chalé.

Toda a construção era bem escura, as paredes e o chão feitas de nero marquina, uma especie de marmore negro. Algumas colunas se espalharam pelas paredes para sustentar o teto junto de vigas de pedra dispostas em cruz. No fundo, um grande quadro do Hades, mas não o deus, e sim o submundo, que também carregava esse nome.

Lance nunca viveu no chalé, então não fazia questão de ter uma cama ou um banheiro no local. Era só um grande salão vazio, com exceção de um trono feito de madeira de ébano com diversas pedras de obsidiana, abaixo do quadro do Hades, no qual o semideus repousava quando visitava o acampamento.

O semideus espalhou algumas cadeiras pelo local e se sentou em seu trono, aguardando a chegada dos outros líderes. Usava uma calça de moletom preta e um tênis esportivo azul, e claro, para manter a tradição, usava a camisa do acampamento.

Um a um os semideuses foram chegando, começando por Augusto, e logo depois a reunião começou. Augusto falou algo sobre um sonho e sobre o Monte Etna, mas Lance estava mais preocupado com seu sonho. Com Connor. Com Nico, seu irmão, que não deu mais sinal desde o fim do ano.

E foram falando, e falando. E aquilo já estava irritando Lance. Não queria mais ouvir. Não estava afim de discutir o futuro deles e suas preocupações… Por um momento olhou sua mão, seu anel de obsidiana, e uma pontada de dor correu por seus dedos. Tinha encontrado o anel em São Francisco a alguns anos. Era um artefato poderoso, mas que sempre machucava o semideus, por isso evitava o uso. Mas nos últimos dias, decidiu utilizar, e até esqueceu que estava usando até aquele momento.

Pousou sua mão sobre o braço do trono e as vozes dos outros começaram a ecoar em sua cabeça. “O Oráculo”, “Monte Etna”, “Senhor D.” “Os deuses.”... “São todos insignificantes, fadados ao esquecimento, nem os deuses são realmente imortais. Eles vão deixar de existir assim que forem esquecidos.” Um som de madeira se quebrando se espalhou pelo chalé, mais alto que as vozes que discutiam, quando percebeu, o braço do trono estava quebrado em sua mão. Acabou chamando a atenção para ele sem querer…

– Me desculpem, é só… perdão… - Lance baixou a cabeça, e a conversa continuou, enquanto pensava no que queria fazer. Por alguma razão, se sentia instigado a ir até São Francisco, e assim que aquele circo acabasse, iria pro outro lado do país.

Observações:

thanks covfefe

Bryan von Schönborn
CEIFADORES DE THANATOS
Bryan von Schönborn
Localização :
Coladinho com minha filha de Afrodite
Dom Dez 31 2023, 02:24

BRYAN 'THE KID' VON SCHONBORN

23 ANOS — CEIFADOR — BRYAN — ARES — INCONSEQUENTE


O local por onde o semideus andava estava tão escuro quanto a noite. Sua visão a tempos já havia se acostumado a ambientes assim, pelo menos desde que começou a trabalhar como ceifador. Um silêncio além do normal dominava a sala, o que incomodava profundamente o filho de Ares. Ele que havia ido ao local para conseguir informações sobre as coisas que aconteceram recentemente, foi surpreendido ao encontrar um corpo deitado no sofá.

Bryan se tornou mais alerta e observou o ambiente antes de se aproximar do corpo, onde encostou com o polegar na testa do cadáver para vasculhar as últimas coisas que ele havia presenciado. Parecido com o efeito de levar um choque, ele retirou o dedo e se afastou com um olhar de surpresa. Essa foi a primeira vez que ele não conseguiu encontrar informações através da alma de um morto. — Quem quer que tenha feito isso, está em algum domínio que nem mesmo Thanathos tem acesso...— murmurou antes de olhar para o relógio. Existiam poucas regras que Bryan gostava de seguir, mas uma delas era de que se ele estivesse fora do acampamento, ele iria ligar o celular em horários específicos do dia, onde então iriam conseguir entrar em contato com ele. Ainda restavam alguns minutos até o horário combinado, então o semideus preferiu sair do local, adentrando um portal negro como breu que surgiu em suas costas.

Assim que o relógio marcou dez horas em ponto, ele ligou o telefone que estava em seu bolso e instantaneamente começou a vibrar. O identificador mostrava que era o Gus ligando e assim que atendeu ele começou a explicar as coisas de forma apressada. — Entendi, vou buscar a Fran e já estamos indo.— Seu pensamento de que tudo isso tinha uma ligação estava crescendo e infelizmente não era ums sentimento bom. Ele ligou a moto que estava ao seu lado e logo partiu de encontro à Fran, que estava terminando seu ensaio fotográfico. Bryan estava arrumando alguns detalhes da moto enquanto esperava, coisa que não demorou muito, pois logo ele pode ver sua amada saindo do estúdio com um belo vestido preto que marcava todas as suas curvas...E como ele amava aquelas curvas.

Eu sei que você vai odiar, mas precisamos voltar. Te explico no caminho as coisas.— Assim que ela notou a camisa laranja ele pode ver a expressão da garota afundando. — Coloca esse casaco pois vai fazer frio durante o caminho. — disse ao entregar o casaco e depositar um beijo em seus lábios antes de iniciar a viagem de volta. O trajeto até o acampamento foi concluído em menos de uma hora e assim que chegaram trataram de se mover em direção ao chalé de Hades. O local já estava lotado por aqueles que representavam a elite do acampamento, aguardando a chegada dos demais para iniciar a reunião de emergência.

Assim que todos estavam presente, Gus começou a contar o sonho que teve e quando citou a parte da centelha, o corpo de Bryan estremeceu e logo se cobriu de calafrios, arrepiando todos os pelos do rapaz. Seus olhos revelando um olhar abalado procuraram o de Francesca que estava ao seu lado. Alguns podiam não ter notado a expressão na face do rapaz, mas com certeza Francesca, Bryan e Lance podiam notar que o semideus não estava em sua normalidade. O assunto continuou enquanto Bryan tentava processar as informações e como se lesse sua mente, a filha de Afrodite sugeriu que ambos fossem procurar respostas onde parecia ser o começo de tudo isso.

Eu concor- — Antes que fosse capaz de expressar sua opinião, um baque soou contra o piso, revelando a aparição de uma pessoa ensanguentada e totalmente maltrada que acabou de surgir. Bryan que ainda não tinha processado todas as informações virou-se para Joe e exclamou — Acho melhor você ajudar esse aí antes que morra.
Maxine Strathham
PROLES DE DIONÍSIO
Maxine Strathham
Idade :
20
Localização :
Acampamento Meio-Sangue
Dom Dez 31 2023, 18:30

'Cause darling,

I'm a nightmare dressed like a daydream

Para Maxine, ter sido nomeada conselheira de chalé era mais um ônus do que um bônus. Toda aquela responsabilidade de responder por um punhado de crianças com sangue divino correndo por suas veias mortais, completamente dispostas a cometer atrocidades… Não era fácil. Por outro lado, quem seria melhor para liderar os filhos de Dionísio, se não a prole favorita do deus? A maioria dos campistas gracejava pelos cantos que Maxine só estava onde estava pela clara preferência de seu pai, quando, no fundo, conseguiam entender o motivo. Maxine enlouquecia qualquer um, literalmente.

Mas, apesar de achar que o cargo de conselheira não combinasse com seu estilo de vida, se esforçava para dar o seu melhor. O motivo? Dependia de seu humor. Às vezes, Maxine levantava disposta a ser uma boa líder pelos irmãos; às vezes, para agradar ao seu pai. Naquele dia em específico, o que a motivava era saber que Eliot teria que suportá-la. Ainda que, para isso, tivesse que ouvir todo o blá-blá-blá dramático de Gus.

Foi uma das últimas a chegar — respeitava muito os rituais e, tinha um perfeito para quando queria chamar a atenção de alguém. Ficou parte da tarde inteira de molho em uma tina com água e ervas, e depois se esfregou com óleos de aromas adocicados. Quando finalmente se esgueirou em direção ao chalé de Hades, os conselheiros já estavam todos presentes. Não fez nenhum alarde de sua presença e, dos fundos, ouviu o discurso de Gus, e a discussão que se sucedeu. Foi quando decidiu se enfiar entre eles.

Boa noite. — Cumprimentou a todos, a voz ligeiramente autoritária. Mas, seus olhos não estavam interessados em ninguém que não fosse Eliot. Maxine o encarou sem pudor algum durante alguns segundos, desviando apenas para responder Gus. Ela tinha algumas pontuações a fazer sobre o assunto. — Da última vez que pesquisei na WIkipédia, meu pai continuava sendo patrono de muita coisa, mas não da adivinhação. Já parou para pensar que você talvez esteja tendo informações privilegiadas, e que nem meu pai e nem Quíron tenham ciência por estarem de castigo aqui com a gente?

Todos achavam um pouco petulante a maneira como Max parecia defender seu pai — o que não era verdade. Não completamente. Ela sentia uma ligação especial com o Sr. D por ele ser mais presente em sua vida do que sua mãe, entretanto, isso não fazia dele nenhum pai exemplar; ele continuava tão relapso como qualquer outro deus. Só que Max tinha um pouco mais de empatia para com a sua natureza divina, que muitas vezes é mais selvagem do que a consciência dos deuses em si.

A partir do momento em que passou a vê-los como grandes avatares de energia caótica e não um pai ou avô, sua vida emocional deu uma bela guinada.

Além do mais… Como sabemos que é realmente Hermes? Quer dizer, não passou pela cabeça de vocês que o Gus poderia estar sendo usado? — Questionou, olhando ao seu redor, procurando por alguém que concordasse com suas palavras. Em seguida, voltou a encarar o filho de Hermes. — Sem ofensas, pé-de-pena, mas entre o céu e a terra, existem mais coisas que odeiam os deuses do que podemos contar. Alguma dessas coisas pode estar tentando te usar para atingir os deuses. Como uma armadilha. E não seria a primeira vez que algo do tipo, sabe?

Meio-sangues eram instrumentos de forças mais fortes desde que o mundo se tornou mundo. A Strathham gostaria de que os seus estimados colegas tivessem um senso maior de auto-preservação. — Eu acho que devemos estudar melhor a situação. Falar com o Oráculo, com o Sr. D ou Quíron, ouvir o que as criaturas amigas sabem e, quando tivermos ideia do que está acontecendo, projetar uma missão e ir.

Maxine iria adicionar que não tinha planos de morrer nos próximos seis meses, já que era o tempo que faltava para terminar a faculdade e finalmente se formar, e que nem fodendo quase tinha enlouquecido de tanto estudar para morrer sem um diploma por causa de um sonho estúpido, quando Connor Marshall a interrompeu dizendo que era o novo oráculo. A ruiva o encarou, curiosa. Entretanto, sua surpresa durou poucos segundos, e logo ela tinha cruzados os braços, visivelmente insatisfeita. — Ora… Se você é o oráculo, então… Faça a sua coisa. O que o sonho do Gus significa?

Augusto Wolsk Schönborn
Instrutor de Combate
Augusto Wolsk Schönborn
Idade :
20
Localização :
Acampamento Meio-Sangue
Ter Jan 02 2024, 21:24

a centelha


Não demorou muito para que o misto de informações e opiniões fizessem a cabeça de Gus começar a latejar. Sabia que seria difícil, sempre era quando estavam reunidos. A fusão de visões de mundo, progenitores e interpretações diferentes costumava gerar horas de discussão entre os líderes e por vezes não chegavam em conclusão alguma sem a mediação de Quíron. O filho de Hermes ouvia atentamente cada um, agora encarava os próprios pés enquanto sorvia as palavras, o cérebro funcionando com o único objetivo de descobrir o que fazer a seguir. A palavra "oráculo" lhe chamou a atenção, fazendo com que os olhos buscassem a voz mais do que conhecida que proferira a frase: Terry. Conseguia captar a preocupação nos olhos castanhos que tanto amava e só aquilo fazia com que quisesse pegar Terrence e ir embora dali.

Estava prestes a concordar com eles quando Connor se pronunciou, causando surpresa em todos, até mesmo Lance. Augusto engoliu a seco, sem saber muito bem como prosseguir diante daquela informação. — Tá e agora? Você vai me falar o que essa bosta de sonho significa? — Temia que o filho de Apolo começasse a ficar esquisito e a névoa verde tomasse conta do ambiente, entretanto, outra coisa aconteceu. Em questão de segundos o ambiente pesou (até mesmo para os padrões de Hades) e do completo nada, Gregorius surgiu no meio da reunião — Puta merda! — Augusto xingou enquanto o sangue jorrava de uma ferida aberta da prole de Érebos. — Joe! — Chamou o loiro que ocupava o cargo de líder dos curandeiros, mas ele já estava próximo, fazendo o que era preciso para estancar o sangramento.

Logo que a situação parecia estar sob controle, Gus encarou Gregorius esperando que o amigo abrisse o bico do que tinha acontecido para chegar daquele jeito, estava prestes a perguntar quando a voz estridente de Maxine preencheu o ambiente. A raiva, antes contida, começou a borbulhar no peito do semideus, ele simplesmente não suportava a forma como ela defendia Dionísio, como se aquele velho fizesse algo além de beber coca diet o dia inteiro.

— Olha Maxine, não que vá fazer diferença pra você, mas eu sei que era ele. — O tom era firme e contido, estava se controlando para não elevar o tom, os braços automaticamente se cruzaram na defensiva enquanto o maxilar tensionava. — Na real, eu nem sei porque está aqui, já que tudo que consegue fazer é encher a cara e andar por aí como se fosse a dona do acampamento, defendendo Dionísio como se ele fosse a própria perfeição, sério? Eu sei muito bem o que eu vi e ouvi, em 6 anos ele nunca apareceu, nunca! Você acha mesmo que é coincidência aparecer agora? Que não foi um aviso claro?

Tinha claramente explodido, não que se arrependesse. Estava carregando aquilo desde a noite anterior e estava óbvio que uma hora iria vir à tona. A respiração estava ofegante, o peito subia e descia de maneira irregular. Não estava só puto com Max, ela só tinha jogado mais gasolina no fogo, estava irritado com o fato de mais uma vez sentir que não tinha escolha, que era só mais um peão naquele mundo de deuses, monstros e heróis. Estava prestes a abrir a boca e se defender mais quando o esperado finalmente aconteceu. A névoa verde tomou conta do ambiente e o oráculo recitou a profecia que mudaria o rumo de todos ali presentes.

importante:
Connor Marshall
PROLES DE APOLO
Connor Marshall
Qua Jan 03 2024, 10:11



We are young

No interior sombrio do Chalé de Hades, uma ansiedade quase sufocante envolvia o ar, enquanto a névoa verde espessa preenchia o ambiente, criando uma atmosfera enigmática e desesperadora. Meu coração batia descontroladamente, completamente despreparado para a revelação iminente, e um frio na espinha se instalava, deixando-me à mercê da inquietação enquanto de alguma forma senti meus olhos se tornarem brancos.

Diante de todos os presentes, o chalé, antes mergulhado na escuridão, parecia pressionar-me com uma presença sobrenatural. A luminescência verde e as sombras dançantes se projetavam nas paredes, intensificando a aura mística de forma angustiante. Eu me sentia como se estivesse prestes a encarar um destino inescapável, a ponto de abrir uma porta para um reino de desespero.

"Na encruzilhada do destino traçado,
Semideuses emergem, seu fado anunciado.
Alguns rumam para o leste brilhante,
Outros, ao oeste, no acaso radiante."

Minha voz, normalmente suave, ganhava uma cadência transcendental enquanto as palavras fluíam. A névoa verde serpenteava pelo chalé, como se os próprios mortos estivessem testemunhando a revelação.

"A profecia sussurra, enigma a tecer.
Ao sol nascente ou ao crepúsculo, escolher.
Cautela, semideuses, que o sono vigia,
Cavaleiros despertos, a sina desafia."

O silêncio no chalé era palpável, todos os olhos fixos em mim. A névoa verde intensificava a sensação de estar à beira do mundo espiritual, enquanto eu me sentia como um canal entre os vivos e os mortos.

"Pelos astros, o caminho se desenha,
Entre sombras dançantes, a escolha acanha.
Despertar os Cavaleiros, preço pesado,
Vigília eterna, nos domínios do sono, selado."

A profecia continuava, cada palavra ecoando como um suspiro dos próprios deuses. A névoa verde parecia pulsar em sintonia com a narrativa, amplificando a importância do que estava sendo revelado.

"Escolha ressoa como eco, sem desvio ou preste.
Na encruzilhada, o destino se entrelaça,
Três juntos devem partir, dois juntos regressarão
E a jornada prossegue, rumo à luz ou à sombra que abraça."

Ao finalizar a profecia, eu retornava à realidade, e aos poucos a névoa foi se desfazendo, como um eco das palavras proclamadas. Os semideuses do Chalé de Hades, agora estavam imersos na compreensão do enigma.




Joe McDean
CURANDEIROS DE ASCLÉPIO
Joe McDean
Localização :
Acampamento Meio Sangue
Qua Jan 03 2024, 17:54

A Centelha
Leadership and learning are indispensable to each other.

A reunião dos líderes do acampamento acontecia enquanto a energia fúnebre do chalé de Hades ecoava pelo ar. Cada semideus que entrava ali, trazia consigo seu próprio ponto de vista e bagagem de sua vida divina. Eu reparava em cada um que entrava na casa dos filhos dos mortos.

Ouvi Terrence falar enquanto sentia que ele emanava cheiro natural de plantas, o que era bem reconfortante para mim como curandeiro. Concordei com ele quando disse que Gus deveria consultar o Oráculo.

Observei minha querida irmã com o seu boy magia. A gata estava impecável como sempre, mas eu via o seu descontentamento bem explícito em seu rosto perfeitinho. Ela não estava satisfeita em ser líder do chalé de Afrodite, mas com certeza ela estava preparada para o cargo. Dei uma piscadela sexy para minha meio-irmã. Meu coração acelerou quando ela se ofereceu para ir ao Monte Etna, não gostaria de vê-la correndo risco sem eu estar próximo.

Dei risada da prole de Poseidon, Eliot. Com certeza todos os cenários possíveis nós tomaríamos no cu de alguma maneira, ou pelo menos, alguns de nós.

Em algum momento, Lance puxou a atenção para si quando quebrou o braço do seu trono. A filha de Dionísio em seguida começou a dizer suas baboseiras que deixavam Augusto de Hermes um pouco irritado.

Connor, o líder do chalé de Apolo, resolve se pronunciar. Primeiramente ele começou tendo a cara de pau de pedir desculpas e em seguida veio dizendo que era o Oráculo. Eu sorri indignado pela situação enquanto meu lindo rosto ficava avermelhado com veias saltadas em minha testa. — Tá de sacanagem? — Perguntei. — E você esperou justamente o momento ficar crítico para nos contar? — Completei, revirando meus olhos azulados. Não consigo entender como o Quíron não anunciou isso para os campistas. — Como você é o novo Oráculo e como tu mesmo disse estamos em uma situação crítica, vai lá, usa esse dom de maneira que preste. Não seja um inútil! — Disse, desafiando a prole do sol.

Bryan, meu cunhado filho de Ares chamou minha atenção quase que no mesmo momento que a prole do deus mensageiro gritou o meu nome. O “digníssimo” filho de Érebus, Gregorius, surgiu com um buraco em seu peito enquanto sangue jorrava pelo chão. — Infelizmente ele não morre! — Respondi Bryan. Por um momento pensei em deixar Gregorius sangrando enquanto a dor preenchia seu corpo, mas minha devoção ao deus da medicina era maior que minha vontade.

Rapidamente me direcionei frente ao semideus e uma de minhas mãos foi em direção ao seu ferimento. Uma luz branca com feixes em rosa claro começou a emanar da minha palma. — Metido em merda, como sempre. — Falei. O sangue ia parando aos poucos e a ferida se fechando enquanto usava meus poderes de devoção. Com a outra mão, tirei meu colar que tinha um pingente de cruz e magicamente surgiu um kit de primeiros socorros. — Engole isso. — Falei, entregando para ele uma pílula curativa que aceleraria o processo de cicatrização depois que eu desse pontos no ferimento. Com uma linha e agulha, fiz a sutura de forma rápida e com precisão.

No momento em que finalizava os cuidados de Greg ajoelhado ao chão, Gus colocava Maxine em seu devido lugar. Eu apenas escutei tudo sem dizer nenhuma palavra. Uma névoa verde tomou conta do chalé e o novo Oráculo começou a recitar a profecia.

Ouvia as palavras que saíam da boca do semideus de Apolo enquanto meu corpo arrepiava. Cada frase ouvida me trazia uma angústia no peito, e tendo a certeza que o sonho de Augusto era muito mais que um simples aviso. Lambi meus lábios que ficaram ressecados e esperei que a profecia finalizasse.

Olhei em volta de todos os líderes que estavam ali. — Parece que ele é mesmo o novo Oráculo. — Falei, me sentindo um pouco envergonhado por ter jogado um shade em Connor. Anyway, a profecia estava ali e o garoto não era tão inútil assim. — Pelas palavras que foram ditas, alguns de nós teríamos que sair do acampamento. Só que nem todos irão voltar! — Disse preocupado. — Eu não posso correr esse risco, o acampamento precisa de mim. Se as coisas ficarem feias por aqui, eu preciso estar cuidando das enfermarias. Logo, eu retiro o que eu disse. Não posso ir com nenhum de vocês. — Completei. Respirei fundo e aguardei para que os outros se pronunciassem.

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